Características
Misticismo e espiritualismo: A fuga da realidade leva o poeta simbolista ao mundo espiritual. É uma viagem ao mundo invisível e impalpável do ser humano. Uso de vocabulário litúrgico: antífona, missal, ladainha, hinos, breviários, turíbulos, aras, incensos.
Falta de clareza: Os poetas achavam que era mais importante sugerir elementos da realidade, sem delineá-los totalmente. A palavra é empregada para ter valor sonoro, não importando muito o significado.
Subjetivismo: A valorização do “eu” e da “irrealidade”, negada pelos parnasianos, volta a ter importância.
Musicalidade: Para valorizar os aspectos sonoros das palavras, os poetas não se contentam apenas com a rima. Lançam mão de outros recursos fonéticos tais como:
> Aliteração: Repetição sequencial de sons consonantais. A sequência de palavras com sons parecidos faz que o leitor menospreze o sentido das palavras para absorver-lhes a sonoridade.
> Assonância: É a semelhança de sons entre vogais de palavras de um poema.
> Sinestesia: Os poetas, tentando ir além dos significados usuais das palavras, terminam atribuindo qualidade às sensações. As construções parecem absurdas e só ganham sentido dentro de um contexto poético. Vejamos algumas construções sinestésicas: som vermelho, dor amarela, doçura quente, silêncio côncavo.
Maiúsculas no meio do verso: Os poetas tentam destacar palavras grafando-as com letra maiúscula.
Cor branca: Principalmente Cruz e Sousa tinha preferência por brancuras e transparências.
Principais Autores - Portugal
Eugênio de Castro nasceu em Coimbra (4 de março de 1869 - 17 de agosto de 1944). Através do livros Oriastas (1890) ele introduziu o estilo simbolista em Portugual. Eugênio de Castro foi professor da faculdade de Coimbra. Ele participava do grupo Os Insubmissos, do qual era líder.
Principais obras: Horas (1891), Interlúdio (1894), Silva (1894), O rei Galaor (1897), O anel de polícrates (1907), entre outros.
Antonio Pereira Nobre (Porto, 16 de Agosto de 1867 — Foz do Douro, 18 de Marco de 1900), mais conhecido como Antonio Nobre, foi um poeta portugues cuja obra se insere nas correntes ultra-romantica, simbolista, decadentista e saudosista (interessada na ressurgencia dos valores patrios) da geracao finissecular do seculo XIX portugues.
Principais Obras: Só (1892), Despedidas (1902), Primeiros Versos (1921), entre outros.
Camilo de Almeida Pessanha nasceu no dia 7 de setembro de 1867 na cidade de Coimbra em Portugal. Após formar-se em Direito foi para Macau, na China, onde exerceu a função de Professor. Acometido de Tuberculose e, viciado em ópio, o que contribuiu para o agravamento da doença, retornou várias vezes para a Portugal para tratar da sua saúde.Essas viagens de pouco valeram, uma vez que o poeta faleceu em 1º de março de 1926 em Macau. Camilo Pessanha que é, sem sombra de dúvidas, o maior e mais autêntico poeta Simbolista português foi fortemente influenciado pela poesia de do poeta francês Verlaine.
Principais Obras: Lúbrica (1885), Clepsidra (1887), Crepuscular (1889)
Principais Autores - Brasil
Afonso Henrique da Costa Guimarães nasceu em Ouro Preto, MG em 1870 e morreu em Mariana, MG, em 1921. Sua poesia desenvolve-se em torno de um misticismo marcado pela morte, que surge como uma inevitabilidade, e é praticamente transformada em objeto de adoração. Formalmente, o autor revela influências árcades e renascentistas, sem cair no formalismo parnasiano. O poeta chegou a explorar a redondilha maior, de longa tradição popular, medieval e romântica, sua obra é rica em recursos como aliterações e sinestesias.
Principais obras: Setenário das dores de Nossa Senhora (1899), Dona Mística (1899), Kyriale (1902), Pastoral aos crentes do amor e da morte (1923), entre outros.Pedro Kilkerry (Salvador BA, 1885 – 1917) formou-se bacharel em Ciências Jurídicas e Sociais na Faculdade de Direito da Bahia, em 1913. Na época, já atuava como colaborador das revistas Nova Cruzada, Os Anais, Via Láctea, A Voz do Povo e de vários jornais, entre os quais A Tarde, A Gazeta do Povo e Jornal Moderno, onde publicou a série de crônicas Quotidianas - Kodaks. Foi advogado e escriturário da Repartição de Contabilidade do Tribunal de Contas de Salvador. Poeta simbolista, Kilkerry não publicou livro em vida. Apenas em 1971 ocorreria a publicação póstuma de 36 de seus poemas, no livro ReVisão de Kilkerry, de Augusto de Campos.
Principais Obras: Nova Cruzada, Os Anais, Cetáceo, Floresta Morta, O Muro, entre outros.
Nestor Vítor dos Santos (12 de abril de 1868, Paranaguá, PR) fez os estudos primários em sua cidade natal, Paranaguá (PR). Depois de cursar o secundário no Rio de Janeiro, dedicou-se ao magistério, exercendo-o, primeiro, no Rio, depois em Paris. Na capital francesa, Nestor Vítor foi correspondente de O País e do Correio Paulistano. Ao mesmo tempo, fazia traduções e revisões para a Editora Garnier. De volta ao Rio de Janeiro, retomou o magistério e passou a assinar uma seção de crítica literária, com o pseudônimo de Nunes Vidal, em Os Anais. Mais tarde, seria o crítico titular de O Globo. Faleceu em 13 de outubro de 1932 no Rio de Janeiro, RJ.
Principais Obras: Cruz e Souza (1899), A Hora (1901),Três romancistas do Norte (1915), Farias Brito (1917), A crítica de ontem (1919), entre outros.
Cruz e Souza
João da Cruz e Sousa (1861 - 1898), o lançador do Simbolismo no Brasil, é situado, por alguns estudiosos, junto de Mallarmé e Stefan George, entre os três maiores simbolistas do mundo, formando a "grande tríade harmoniosa".
Além de ter uma boa apresentação física, era um homem extremamente culto e elogiado por seus mestres. Mas nada disso, para as pessoas da época, superava o fato de ser negro, o que lhe causou sérios problemas.
Em vida, sofreu muito e não conheceu o sucesso. Mudou-se de Santa Catarina (seu estado natal) para o Rio de Janeiro e, com muito empenho, chegou a ser arquivista da Central do Brasil, cargo que lhe garantia subsistência e não valorizava sequer um décimo de sua capacidade intelectual. Terminou atacado pela "doença dos poetas", a tuberculose, que matou, junto com ele, toda sua família.
É nesse ambiente de dor que nasce sua incrível obra, onde transparescem a melancolia e a revolta, porém com versos magicamente ricos e sonoros. Arte é a plavra-chave. Arte libertária, ansiosa, criativa, que foge dos padrões métricos sem perder a classe, a musicalidade. Cruz e Sousa é, sem dúvida, um dos maiores expoentes das poesia brasileira.
Entre suas obras estão Missal, Broquéis, Os Faróis e Últimos Sonetos, todos livros de poesia.
Segue-se uma delas:
Violões que Choram
Ah! plangentes violões dormentes, mornos,
Soluços ao luar, choros ao vento...
Tristes perfis, os mais vagos contornos,
Bocas murmurejantes de lamento.
Noites de além, remotas, que eu recordo,
Noites da solidão, noites remotas
Que nos azuis da fantasia bordo,
Vou constelando de visões ignotas.
Sutis palpitações à luz da lua.
Anseio dos momentos mais saudosos,
Quando lá choram na deserta rua
As cordas vivas dos violões chorosos.
Quando os sons dos violões vão soluçando,
Quando os sons dos violões nas cordas gemem,
E vão dilacerando e deliciando,
Rasgando as almas que nas sombras tremem.
Harmonias que pungem, que laceram,
Dedos nervosos e ágeis que percorrem
Cordas e um mundo de dolências geram,
Gemidos, prantos, que no espaço morrem...
E sons soturnos, suspiradas mágoas,
Mágoas amargas e melancolias,
No sussurro monótono das águas,
Noturnamente, entre remagens frias.
Vozes veladas, veludosas vozes,
Volúpias dos violões, vozes veladas,
Vagam nos velhos vórtices velozes
Dos ventos, vivas, vãs, vulcanizadas.
Tudo nas cordas dos violões ecoa
E vibra e se contorce no ar, convulso...
Tudo na noite, tudo clama e voa
Sob a febirl agitação de um pulso.
Que esses violões nevoentos e tristonhos
São ilhas de degredo atroz, funéreo,
Para onde vão, fatigadas no sonho,
Almas que se abismaram no mistério.
Referências
> http://www.blogodorium.net/biografia-e-obras-de-eugenio-de-castro
> http://pt.scribd.com/doc/3373971/Literatura-Aula-18-Simbolismo-em-Portugal-e-no-Brasil
> http://www.colegioweb.com.br/literatura/caracteristicas-do-simbolismo.html
> http://www.luso-poemas.net/modules/news03/article.php?storyid=183
> http://www.brasilescola.com/literatura/o-simbolismo-no-brasil.htm
> http://educacao.uol.com.br/biografias/pedro-kilkerry.jhtm
> http://educacao.uol.com.br/biografias/nestor-vitor.jhtm
> http://www.brasilescola.com/biografia/joao-cruz-sousa.htm